22/12/2009

Meu presente de Natal

Estes dois dias foram bem marcantes, apesar de ter iniciado o recesso do Judiciário, voltando somente em 07/01/2010.

Na noite de domingo passado, compareci na novena do grupo bíblico do bairro Coqueiros na casa dos meus tios e lá, conversando sobre o tema solidariedade, felizmente, este blog foi um dos assuntos comentados na reunião. Com isso, os participantes se organizaram e forneceram seis cestas básicas, 50 quilos de arroz (em pacotes de cinco quilos) e utensílios domésticos para que eu pudesse levar na comunidade carente de Frei Damião.

Entrei por uma das ruas principais (são três), chamada Rua das Palmeiras, onde é - obviamente - estrada de chão, com muitos buracos e moradias em condições precárias. É menos pior do que a Rua da Vala porque, por enquanto, não possui esgoto à céu aberto.

Parei na frente de um terreno onde possui seis barracos, um ao lado do outro, sem qualquer infra-estrutura necessária de sobrevivência. Muito lixo de todo tipo e tamanho e crianças pelos arredores. Parei o carro e perguntei para uma senhora:

- "Quantas pessoas moram aqui?"
- "Dezessete, disse ela. Meus irmãos e irmãs, minha mãe e meus filhos e sobrinhos. Somos em dezessete".

Percebendo que ela me respondeu num tom de curiosidade do porquê de eu perguntar quantas pessoas moram ali, prontamente eu disse:

- "É que eu tenho algumas cestas básicas e gostaria de entregar algumas para quem realmente precise, pois tenho medo que algumas pessoas possam jogar fora ou trocar por droga ou bebida".

- "Não, meu filho... eu não vou jogar fora. Ainda mais eu, que não tenho o que dar de comer para os meus filhos há dois dias, meus irmãos estão desempregados e foram catar papelão".

Com uma tremedeira danada, abri o porta-malas e tiramos duas cestas básicas e dois pacotes de arroz, com cinco quilos cada um. Nesse pequeno instante, quase todos os dezessete já estavam ali, junto, presenciando o ocorrido entre crianças e adultos descalços numa felicidade de partir o coração. Pareciam demonstrar a sensação de alívio por ter algo para comer misturado com a felicidade de serem "escolhidos" dentre tantas famílias necessitadas.

Uma das mais inusitadas e emocionantes situações que já me ocorreram durante o meu trabalho como Oficial de Justiça, foi a cena ocorrida. Todos, sem exceção, deram as mãos e rodearam meu carro rezando o pai-nosso, como forma de agradecimento pelo ocorrido. Enquanto rezávamos, eu olhava para cada um deles, imaginando o que estaria pensando naquele momento e o quão importante seria aquele alimento tão próximo do Natal numa condição de sobrevivência tão remota. Saí dali com uma sensação tão boa...

Continuando até chegar na casa do Pastor Assis, encontrei uma menina com um carrinho-de-mão com duas crianças dentro, aparentando dois e três anos, sujinhas, sem roupa. E a menina me perguntou:

- "Moço, tá dando comida, né? Posso levar alguma coisa pra minha mãe?"

Vou fazer o quê? Vou dar, claro. Peguei um saco de arroz (de cinco quilos), ela colocou no carrinho junto com as outras duas crianças e saiu feliz da vida, realizada...

Parei na casa do Pastor Assis, que ficou muito feliz com a ajuda dos meus amigos e conhecidos, colocamos sobre a mesa: as cestas básicas que sobraram, os sacos de arroz e os utensílios de cozinha e, como sempre, juntamente com sua esposa, fez uma oração em agradecimento e abençoando as pessoas que ajudaram bem como para as que receberão aquelas doações.

E assim seguimos pela localidade... ele procurou "filtrar" pelas pessoas mais necessitadas e fomos na casa de uma senhora que mora na famosa "Rua da Vala" onde sua casa pegou fogo no final de semana passado. Tem dois filhos doentes, um acamado e outro na cadeira de rodas. Quando chegamos no local, ela pediu a benção ao pastor e chorando disse:

- "Eu já sabia que vocês viriam, eu pedi muito a Deus que me ajudasse a dar o que comer para meus filhos e eu nunca perdi a esperança". Todo mundo em silêncio, ouvindo, as crianças chorando (eu me segurando) e o pastor abraçado com ela.

Lá, entregamos o jogo de copos de vidro tão esperado pela menina (da publicação anterior) onde usam lata de alumínio (extrato de tomate ou leite condensado) que ficou surpresa ao ver tantos copos juntos (era uma dúzia).

Além disso, tinha um outro jogo de copos - acho que era acrílico - que demos para uma senhora que tem reumatismo nas mãos e como o copo é leve, mesmo que ela deixe cair, não quebra. Ficou feliz da vida, me beijou, me abraçou, colocou carinhosamente - um a um - num suporte de pregos que fez na parede de madeira da cozinha e ficou olhando, como se estivesse admirando algo que ela sempre sonhou, entende?

Tudo isso, parece coisa de novela, exagero, mas [in]felizmente não é. É a pura realidade e mais uma vez, convido todos para que, se quiserem, me acompanhem (apenas por um dia já está de bom tamanho) na comunidade Frei Damião e, certamente, confirmarão que tudo isso - e mais um pouco - acontece sim e muito perto de nós. Quem me dera que tudo isso fosse coisa de novela...

Saindo de lá, fui visitar meu amigo JF na casa de repouso na divisa com Santo Amaro. Levei também uma cesta básica e um pacote de arroz. Tinham visitas, um pessoal que tinha levado doces e foi passar a tarde com os moradores de lá.

Meu amigo JF ficou todo sorridente quando me viu chegar, fiquei apertando a mão dele e dizendo:

"- Vamos lá... vamos ver se a fisioterapia está funcionando..."

E ele apertava e ria.

"É isso aí! Logo, logo vai melhorar mais ainda" - Talvez não, mas não pode fazer com que ele perca as esperanças.

Como todos sabem, seu meio de comunicação é a escrita e com a plaquinha no colo e a caneta em punho escreveu:

"na sexta-feira vou almoçar com minha família e vc poderia ir também"

Expliquei que vou passar o Natal com a família em Criciúma, mas que voltaria na sexta à noite e me comprometeria em vê-lo no sábado pela manhã.

E me respondeu com a frase:

"Então vou esperar, é o meu presente de Natal..."

15/12/2009

Meu primeiro ano, mais um amigo

Hoje, 15 de dezembro, faz um ano que assumi como Oficial de Justiça. E só tenho a agradecer à Deus, à todos que me incentivaram e me apoiaram neste tempo todo e, apesar da correria e muitos acharem que "funcionário público não trabalha", estou adorando a cada dia a minha profissão.

E como um presente pelo meu primeiro aniversário no trabalho novo, ganhei mais um novo amigo, que vou chamá-lo de Ed. Ele é parente do Pastor Assis - aquele que na publicação anterior, contei que foi comigo em algumas ruas para que eu pudesse me familiarizar com o lugar.

Tem quatorze anos, mal sabe ler e escrever, veio do oeste do estado e sempre foi acostumado com a vida no interior, onde trabalhava na lavoura. Mora no local há quase dois anos e conhece todo mundo.

O Pastor Assis me contou da preocupação com o menino, pois, com as férias escolares, ficaria ocioso num local onde não se tem o que fazer onde, segundo ele, a única "ocupação dos desocupados" é relacionada às drogas.

Então, como ele é um senhor conhecido e respeitado no local, eu não tenho um bom conhecimento do lugar e o menino é seu parente, na sexta-feira, sugeri que: sempre que eu fizesse aquele bairro, o Ed poderia me acompanhar, me mostrando os lugares, indicando as ruas e, por consequência, aprendendo um pouco mais.

O menino ficou radiante e disse:
- "Eu acho uma boa idéia, assim eu posso aprender a ler melhor já que eu posso ajudar a encontrar os números da casa..."

Negócio fechado!

E para que ele ficasse envolvido na tarefa e não pensasse em ficar nas ruas sem ter o que fazer, combinamos de que cada mandado que cumprirmos, vale R$ 1,00 e no final do dia, é divido entre nós dois. Esta sugestão de dividir eu não achava necessário, mesmo porque com a quantidade de mandados numa região onde os endereços são mais do que insuficientes, não renderia muito. Mas o Pastor Assis que assim sugeriu porque ele "vai valorizar mais o dinheirinho que ganha".

Cheguei de manhã e lá estava ele, de pé na frente da casa, de prontidão me esperando. Sua mãe me disse que ele ficou a noite toda acordado, ansioso.

E assim fomos: conversando, eu explicando pra ele como é o trabalho, as dificuldades, como devemos abordar as pessoas e, de repente, passamos pela professora dele. Pediu que eu parasse o carro e gritou: "Professora, olha eu aqui, estou trabalhando!" - todo feliz. Ela se aproximou e o elogiou e disse que ele deve ser o exemplo para os outros meninos da escola. Ficou radiante.

Perguntou se podia levar um CD evangélico para ouvirmos e "Deus nos ajudar a encontrar as casas". Topei - claro - mesmo porque toda ajuda é bem-vinda. E até que os céus nos ajudaram, consegui num período de cinco horas com ele, cumprir 10 mandados, R$ 5,00 para cada um. A cada mandado cumprido ele gritava: "Obrigado, Senhor!".

Perto do meio-dia fomos almoçar com grandes amigas minhas advogadas e ele, preocupado, porque nunca tinha almoçado fora de casa. Mas deu tudo certo, elas o deixaram bem à vontade e deram toda a atenção a ele.

Uma delas disse algo do tipo:
- "Quem sabe não vem um dia trabalhar no nosso escritório?"

Depois do almoço no carro ele comentou:
"Viu só? A moça até me convidou para trabalhar com ela um dia... eu vou é estudar bastante!"

Muito bom!

E de tudo isso, tiro uma boa lição: é comum generalizarmos as pessoas que moram em favelas, em lugares violentos, sem condições de vida adequeda, mas são pequenas atitudes - que para muitos podem não valer nada - mas para poucos pode ser o começo de uma boa mudança de vida.

Que Deus abençoe este menino.

11/12/2009

Chuveiro e copo de vidro

Meus dias na nova região são realmente uma prova de fogo. Infelizmente, é mais ruim do que eu imaginava. Não pelo trabalho, mas pelo local. Saneamento básico, zero. Condições de moradia, zero. Segurança, zero.

A maioria das ruas são intransitáveis, não só por serem de terra, sem calçamento ou asfalto, mas por possuírem esgoto à céu aberto, com muito lixo orgânico, entulhos e muitas crianças brincando entre tudo isso, o que é pior. Ainda, na maior felicidade como se ali fosse o melhor lugar do mundo.

Segue uma prévia das imagens menos piores que eu encarei por lá:








E não pense que são somente algumas ruas que são assim na localidade denominada Frei Damião: são todas!

A situação piora quando chove, o lixo e entulho parece que triplica e as condições só pioram. Casas isoladas e sem acesso às ruas são os maiores problemas.



Aprendi e continuo aprendendo em cada dia que vou no Frei Damião, que não é porque o lugar é péssimo de se viver, ruim de acesso, feio de aparência, poluído, que não existem pessoas boas que sonham com um dia melhor, em meio à tantas dificuldades.

E uma dessas pessoas é o Sr. Assis. No primeiro dia em que fui lá, na segunda-feira passada, dia 07 de dezembro, fui no conhecido ponto de referência "Mercado do Ivan" e lá fui apresentado aoo Sr. Assis, também conhecido por Pastor Assis, que mora em frente ao mercado e atua numa igreja com pouquíssimos recursos, caindo aos pedaços, de madeira feita por ele no meio da favela.

Fui apresentado e conversamos bastante e, por força divina, ficamos amigos. Informou que não seria seguro eu andar sozinho por lá, por eu (ainda) ser desconhecido dos moradores, sendo que, como é um local de difícil acesso, a criminalidade lá se esconde porque a força policial nem sempre consegue chegar. Por conta disso, me acompanhou nas ruas e vielas procurando pelas pessoas.

Na ocasião, fomos na chamada "Rua da Vala", que é a primeira foto acima. Ele abençoou alguns moradores que pediram sua benção (é bem respeitado por todos) e enquanto isso, fiquei conversando com duas crianças que brincavam no entulho, entre garrafas plásticas e pedaços de madeira.

O menino, de aproximadamente nove, dez anos me disse:
- "Moço, sabe onde o Papai Noel mora?" - isso que ele tinha aproximadamente dez anos!
- "Não sei, mas sei mandar uma cartinha pra ele..."
E respondeu frustrado: "Mas eu não sei escrever..."
- "Então vamos fazer assim, você me diz o que quer escrever pra ele, eu escrevo e mando."
Ficou todo feliz e disse:
- "Quero pedir que ele traga um chuveiro. Eu vi na televisão. Deve ser bom tomar banho de chuveiro mas talvez eu vou pedir outra coisa, não sei se dá pra colocar lá em casa porque não tem energia..."

A menina foi a pior, ela emendou a conversa dizendo:
- Eu quero um copo de vidro.
- Copo de vidro? - eu perguntei sem entender.
- É, porque na minha casa a gente machuca a boca quando toma água"...

Detalhe: o Pastor Assis conhece a casa dela, não tem nada e tudo o que possuem, é recolhido do lixo e o "copo" que ela se refere, são latas de alumínio (extrato de tomate, leite condensado,...) que catam no lixão.

É triste demais e ainda reclamamos da nossa casa, do sol que bate demais ou de menos, do barulho e buzina dos carros, do vento que faz barulho na janela, da cor da casa que não gostamos, enfim...

Hoje fui lá novamente e a partir de amanhã, começaremos a arrecadar fundos para comprar doces para a criançada (fazer pacotinhos) e ele distribuir pela favela, junto comigo. Quem quiser ajudar, de qualquer forma, agradeço muito - entrem em contato comigo por e-mail ou telefone - e, inclusive, se quiserem me acompanhar até lá quando fizermos a entrega, será muito bem-vindo.

Sei que não podemos mudar o mundo, mas podemos sim fazer nossa parte, por mínima que seja.

30/11/2009

Um velho novo amigo

Como eu já mencionei antes em outras publicações, o Oficial de Justiça é um pouco de psicólogo. Ainda mais quando nos envolvemos emocionalmente com casos que encontramos no trabalho e foi exatamente o que aconteceu comigo.

Cumpri um mandado de imissão de posse que tem como autor, um senhor que, por questão de privacidade, vou chamá-lo de JF.

Pois bem, ele morava com a esposa na casa de ambos (que fica na região das praias), mas por problemas conjugais – que não vem ao caso - entraram com uma ação de separação – que ainda está em andamento - e ele foi morar num apartamento alugado no bairro Ponte do Imaruim, totalmente longe da região das praias. Ocorre que, assim que saiu de casa, teve um AVC, perdeu a fala, tem dificuldade de movimentação nos braços e nas pernas, só se alimenta com líquido ou comidas pastosas. Mas escuta bem e se comunica pela escrita, seja no papel ou mensagens de celular.

A imissão de posse foi ajuizada pelos irmãos dele, que até então estavam pagando uma “casa de repouso” para tratá-lo, mas como era oneroso demais, acionaram o Judiciário para que ele voltasse para sua casa para ser tratado ali, pagariam apenas uma pessoa para cuidar dele além de revezar entre os irmãos, ao invés de pagar uma clínica como estavam fazendo. E assim foi feito.

A casa situa-se num local onde eu passava diariamente e toda vez que isso acontecia, seja na ida ou na volta, ia visitá-lo. Percebi que, além da doença, a solidão é um grande problema.

Descobri – tudo pelo o que ele escreve – que possui um casal de filhos, que não o visitam e não falam com ele desde a separação com a esposa, que por sua vez, também não conversa com ele. Procuro não conversar sobre isso, mas sobre assuntos que, obviamente, o deixam animado.

Lembro muito do meu pai, que antes de falecer estava magro e abatido como ele e, às vezes, tentando se esforçar para se mostrar forte. Lembro também do meu avô materno, que teve Mal de Parkinson, onde tremia as mãos, coisa que JF não possui, mas escreve com muita dificuldade.

Sempre que passava por lá, eu levava alguma coisa, principalmente se fosse algo que ele pudesse comer, como gelatina, frutas, iogurte... Mas, o mais importante - e que eu percebo - é que a minha visita era mais valiosa e isso que me alegra muito, em estar fazendo tanto bem com tão pouco.

Um dia, pela manhã, me surpreendi com uma mensagem no meu celular: “Deus te proteja no teu trabalho. Além de ser meu amigo, te considero como um filho”... Inclusive, todas as manhãs me surpreendo com uma mensagem de "bom dia" enviada por ele.

Atualmente, os irmãos não tiveram condições de pagar a moça que cuidava dele (mesmo porque ela também ficou doente) e, infelizmente, ele voltou para a “casa de repouso” que, mesmo longe da minha nova região, será um dos destinos que farei, pelo menos uma vez por semana, para visitar meu velho novo amigo.

Que esta publicação sirva para aqueles que estão de mal com a vida, com quem quer que seja e, independente da desavença que tenha ocorrido, não perca tempo. É muito melhor perdoar, visitar, dar um alô, mandar um bilhete, dar um sorriso, enfim, demonstrar carinho e atenção, por mínima que seja. Não custa nada e não dói. E não é frescura não, é paz de espírito.

A imagem abaixo, me chamou muito a atenção o local onde o João-de-barro fez sua morada.

Este aí sim está bem protegido!

24/11/2009

Ir ou não ir, eis a questão

Nas idas e vindas para a região das praias encontrei alguns obstáculos diferentes do nosso dia-a-dia e confesso que, algumas vezes fiquei na dúvida em "seguir viagem" ou não.

E ainda há pessoas que imaginam que o trabalho do Oficial de Justiça é simplesmente ir no local indicado e ponto final, sem pensar em alguns contratempos que encontramos no caminho que dificultam a chegada até o destino final.

Que tal um barco ocupando mais da metade da rua trancando a passagem?



Ou então, alguns motoristas com "excesso de peso"?






E este aí embaixo, então? Não saiu de jeito nenhum. Pelo menos tirei a prova de que cavalo dorme em pé. Nem com buzina e chegando com o carro perto, o pangaré saiu do lugar...




Outros problemas encontrados: as pontes.

Na debaixo, tive que passar quase parando, para que o carro coubesse entre as bases de concreto... mas fui!





Na próxima não fui. Nem pagando!




A melhor foi a ponte pênsil que, aliás, para quem não quer pegar pedágio em Palhoça, é uma alternativa.

Quando a BR 101 está parada no posto do pedágio, vou por ali.

Passa um carro por vez e se está na metade da ponte e outro aparece do outro lado, um dos dois tem que voltar (de ré), porque a subida em ambas as cabeceiras é alta, sem ter como ver do outro lado, ou seja, vai muito da sorte em passar sem nenhum outro veículo vir em sentido contrário.




O segredo é o seguinte:

1) suba e reze,
2) reze para não cair e para não vir alguém no sentido contrário,
3) coloque o som bem alto para não ouvir o barulho dos pneus passando pelas madeiras, pois parece que estão se quebrando;
4) chegando do lado de lá, agradeça, respire aliviado e boa viagem!


19/11/2009

Sonho com suco

Já faz um bom tempo que eu não escrevo, mas porque novembro é meu último mês na região das praias e para que eu não deixasse nada pendente por aqui, passei esses últimos dias bem ocupados.

Hoje foi designada a nova região e a partir de dezembro, assumirei a região denominada Zona 06, que é composta pelos seguintes bairros: Jardim Eldorado, Jardim das Palmeiras, Jardim Aquarius, Loteamento Coqueiros, Loteamento Pedra Branca, Unisul, Brejarú e Frei Damião, sendo estes dois últimos regiões onde não há saneamento básico e há péssimas condições de moradia, considerado como “uma parte esquecida da cidade”, como dizem seus moradores. Certamente, um novo aprendizado está por vir...

Por falar em esquecimento, a região das praias será sempre boas lembranças, as quais eu não pretendo esquecê-las. Aqui, de todas as regiões que já passei, conquistei boas amizades – de todas as idades.

Uma delas é o Alan, um menino que tem os pais separados, de aproximadamente uns oito anos, mora com a mãe e que me ajudou a encontrar a residência do seu pai para que eu entregasse uma intimação de audiência referente à pensão alimentícia dele. Foi num dia muito quente, pela manhã, havia intimação para o pai e a mãe (que na ocasião, representava o Alan). Passei primeiro na casa dela e questionei onde morava o ex-marido, sendo que não sabia como chegar lá.

Mais do que rapidamente ele gritou:
- “Eu posso te levar lá...”

E a mãe concordou, mas disse:
- “Antes tem que comer alguma coisa, não comeu nada desde que acordou...”

- “Já comi, mãe!” – disse ele, já se arrumando para ir comigo. E fomos.

Ele sentando no banco de trás, indicando o caminho para chegar até a casa do pai, que fica numa rua sem saída próximo de um supermercado grande da região. Eu conversando com ele, olhando pelo retrovisor, até que ao virar uma esquina ele se abaixou bem rápido, ficou bem encolhido atrás do banco do motorista e disse:

- “É aquele! Meu pai está lá no final da rua, é aquele moço que está sentado no muro...”

Parei o carro bem antes, uns cinquenta metros, e fui lá. Entreguei a intimação, expliquei do que se tratava e entreguei a contrafé pra ele. Tudo certo. Voltei ao carro e lá estava o Alan, na mesma posição, encolhido, imóvel e disse sem levantar a cabeça:
- “Conseguiu, moço?”
- “Consegui sim, mas fica mais um pouco abaixado até que eu vire a esquina” – e assim ele fez.

A felicidade dele estava estampada no olhar como quem quer dizer: “missão cumprida!”.

Na volta, como estava muito calor, passei no supermercado que era perto para comprar água. Perguntei se ele queria alguma coisa e, meio envergonhado disse:
“- Jura que não vai contar pra minha mãe? É que quando eu saí de casa eu não tinha comido nada. É que eu não queria perder a chance de dar uma voltinha de carro e agora eu tô com fome, mas ela pode brigar comigo se ela souber que eu pedi alguma coisa”.

Que dó...

Resumindo: nós dois, sentados na pracinha da praia da Pinheira, comendo sonho de creme e tomando suco de caixinha. Missão cumprida!

04/11/2009

O muro ciclista

Não é de se negar que gosto é que nem umbigo: cada um tem o seu e não isso não se discute. Ocorre que existem gostos que, literalmente, nos deixam em cima do muro.

Não pense que eu não tenho o que fazer - muito pelo contrário - tenho muito, mas por sorte não perco nenhum detalhe. E os detalhes de hoje são sobre os muros que encontrei pelo caminho. Aliás, para quem está construindo, seguem boas dicas...


Muro "fundo do mar":




Muro "reciclável":




Muro de telha:




Muro "leão de chácara" (será avaiano?):





Por falar em futebol... muro palmeirense?




Muro de vidro (esse é chique):



E para finalizar, o mais criativo de todos...

O muro ciclista:

Feito com peças, catracas e correntes de bicicletas!

23/10/2009

Bananas caroneiras

Como o meu trabalho requer muita atenção para encontrar as residências e dos locais onde devemos ir, cada detalhe é muito importante. Às vezes, por exemplo, o número da residência está no cantinho da casa, quase imperceptível e por conta disso que geralmente vejo e encontro coisas que certamente, se eu não trabalhasse como Oficial de Justiça, alguns detalhes eu jamais veria.

Isso acontece com as placas e cartazes que no nosso trabalho é de extrema importância, já que a maioria das ruas, principalmente na região das praias, não tem placas indicativas com o nome de cada uma. E são estes detalhes que estão na postagem de hoje...

A placa abaixo eu apaguei o telefone por questão de privacidade, mas caso alguém precise de "açistençia" eu sei onde está a placa e consigo o número, sem contar que "linpa se" caixa de água também - o que é muito importante com esse lance da dengue:




Ainda, caso alguém precise de capas para caninhões, conte comigo que também sei onde fica o tio abaixo:


Tem uma interessante que não tem erro de português, mas os "serviços" oferecidos são bem diferenciados: ou o frango é emborrachado ou a borracha tem sabor de frango. Um pouco anti-higiênico, não? Mas se alguém quiser - tudo bem, gosto é gosto e não se discute - também sei onde fica...




Já no próximo lugar, caso alguém precise ir, infelizmente eu não posso ajudar. Sei onde é, mas eu não estou interessado em chamar pelo responsável, mesmo porque ele não parece nada amigável:




Agora, para finalizar - o detalhe do dia: as bananas caroneiras!


E eu tive que acelerar para poder chegar perto e fotografar!

16/10/2009

Comédia da vida (da) privada

Desculpem-me pela ausência, mas a correria é grande, principalmente por conta do mau tempo que temos, MAS não é por isso que deixo de ficar atento aos "detalhes" nas minhas idas e vindas pelas localidades da cidade.


Percebi que ainda há casas que usam aquelas privadas - também chamadas de patentes - que ficam do lado de fora da casa. Corajoso aquele que enfrenta uma madrugada fria, com chuva e vento para aliviar a dor de barriga. Eu não conseguiria, principalmente nas que eu "encontrei" pelo caminho.


Uma delas fica na beira da estrada, no alto de um barranco e pelo menos, quem estiver passando (e apertado) pode parar e ainda tem vista panorâmica:




Uma outra fica na beira da estrada - e funciona - porque tinha um tio saindo dela quando eu estava passando. Inclusive, eu "a encontrei" porque era o endereço de uma pessoa que eu estava procurando, mas no lugar, a casa não existia mais e "esqueceram" de levar a privada:




Uma outra - e eu espero que esteja abandonada - pelo menos tem a placa indicativa do que se trata, para que ninguém entre enganado, mesmo porque fica no meio de um ferro-velho:





A que eu acho bonitinha é uma que tem uma estrela de Natal. Fiquei curioso em saber se quando está ocupado, a estrela pisca. E só espero que o Papai Noel não troque a chaminé da lareira pela privada e jogue os presentes por ali:





E para finalizar: a campeã.

Ponto de referência que me deram: casa onde tem uma privada em cima do muro. E achei!


02/10/2009

Quem procura, (nem sempre) acha!

Como todos sabem, as duas últimas semanas foram de chuvas intensas e infelizmente um dia de chuva é o equivalente a três dias de atraso no trabalho de um Oficial de Justiça. Considerando que faço a região das praias, com estradas de areia, cinco dias de atraso:





Pensa que é fácil? Quer moleza? Senta no pudim, então! É por conta disso que ultimamente tenho demorado um pouco a escrever aqui, ok?

Na correria, tive a infelicidade de receber uns mandados onde não obtive sucesso por não encontrar a residência no local. É isso mesmo, o endereço eu achei mas não encontrei a residência. E ainda, as duas no mesmo dia, haja coincidência!


Esta de cima foi demolida no dia anterior em que fui no endereço. A pior de todas foi a da foto abaixo, que pegou fogo no final de semana anterior. Realmente, a conhecida expressão de "quem procura acha", tem dias que não funciona!

E por falar em "achar", na semana passada estava passando pela região do Maciambú (lado oposto das praias, interior) e quase atropelei um cachorrinho que assustado, correu para a beira da estrada. Parei o carro e fui verificar se tinha mesmo atropelado o bichinho e me deparei com uma cena triste: uma caixa com onze filhotinhos dentro dela e atrás da caixa, a cadelinha amamentando um outro filhote. Que situação... E agora? Levar pra casa não tinha como, mesmo porque eu não estou morando na minha casa e mesmo se estivesse é apartamento.

Pois bem, por sorte passou uma moça de caminhonete que, vendo aquela cachorrada aos meu pés, parou o carro e veio ao meu encontro. Graças à Deus que ela sugeriu que levássemos os cachorrinhos e a cadela para um sítio de um conhecido dela próximo dali...


Sinceramente, desejo do fundo do meu coração que esses cães cresçam bem fortes e, por uma ironia do destino, morda bem forte a bunda de quem os abandonou, para que aprenda que isso não se faz, nunca.

E para fechar a postagem de hoje com chave de ouro, recebi um mandado onde o endereço era uma rua, - que não existe na praia - porém, num ônibus branco, informando que o fulano morava nele. Juro que no primeiro instante achei que fosse um erro de digitação ou um equívoco do cartório, mas não, era assim mesmo:



E EU ACHEI!!!





Esse "achado" e o dos cachorrinhos foram para compensar a casa demolida e a queimada. Bingo!

22/09/2009

O caçador de sonhos (de valsa)

Antes de tudo, gostaria de me desculpar por não escrever na última sexta-feira mas tive que viajar para minha cidade natal – Criciúma – e tive a felicidade de ser convidado para ser padrinho da nova princesa da família. Um grande abraço aos meus compadres, Manuela e Cleber. Por conta disso, vou postar hoje.
O título de hoje tem uma leve e distante relação ao “O caçador de Pipas” não pela história, nem pelo acontecimento, mas pela emoção, principalmente envolvendo criança.
Precisava entregar uma intimação que surgiu de emergência em nome de Antônio da Silva Matias, informante numa audiência. O lugar é a Barra do Aririú, lugar típico de pescadores e pessoas da maior idade. Ocorre que, por ser um nome comum e o lugar bem antigo onde muitos se conhecem, obviamente, por apelido.
A rua é conhecida, chamada Menino Deus e numa situação desta, como sempre, procurei um ponto de referência para conseguir informação sobre o fulano. Fui no Bar do Sr. Ari - inclusive, um internauta assíduo que deve estar lendo este blog agora e orgulhoso de ser citado aqui - que por sua vez, me informou que conhecia mais de um “Antônio da Silva”, não sabendo o sobrenome seguinte. Indicou dois e fui, sem êxito. Um menino passava em frente ao bar naquele instante e o Sr. Ari me disse:
- “Já sei! Aquele menino que vem vindo é sobrinho de um Antônio da Silva e pode ser ele, pois é um dos três que eu conheço por aqui”.
Chamou o menino, de aproximadamente uns oito anos, explicou a situação e pediu que me acompanhasse no meu carro até sua casa para que eu pudesse levar o documento ao seu tio e como sempre, eu tinha doces no carro, inclusive aquele novo bombom Sonho de Valsa, de avelã.
Percebi que ele ficava olhando pros chocolates enquanto me indicava o caminho a seguir. E, claro, ofereci:
- “Quem um chocolate? Pode pegar, sem problema.”
Ele, envergonhado, pegou o chocolate com as duas mãos, colocou em frente aos olhos e ficou concentrado, sorrindo - parecia um garimpeiro procurando um diamante por anos e quando acha, fica em estado de êxtase - e em seguida ele disse:
- “Nossa, olha que lindo.... eu vou guardar.”
Achei estranho, porque se fosse eu (óbvio) ou a maioria das crianças, comeria no mesmo instante ou então levaria pra casa e esperaria quando não tivesse ninguém por perto para dividir. Mas não, ele queria guardar porque achava bonito.
Fiquei sem reação, um misto de pena dele misturado com dúvidas do porquê dele não querer comer o chocolate e ele disse:
- “Eu não vou comer. Vou guardar, acho lindo. Eu tenho o meu ovo de Páscoa ainda, sabia?”
Jesus! Nem lembro qual foi o meu ovo de Páscoa deste ano, pois sumiu no primeiro dia...
Fiquei mexido, imaginando que ele deveria passar dificuldade em ter coisas simples que temos todos os dias e passamos despercebidos. Mas chegando lá, percebi que onde ele e a família mora, é um lugar bonito, onde não parece que passam dificuldades.
Cumpri o mandado com o tio dele, com o pensamento no olhar do menino no bombom. Na volta, retornei ao bar do Sr. Ari para agradecer a ajuda e comentei o acontecido e ele me explicou:
"- A mãe do menino faleceu há alguns meses. Ela sempre ensinava pros filhos que tudo o que eles ganhavam tinham que guardar porque poderiam precisar um dia. Nem aqui no bar ele come as balas que eu dou” - Ah, se fosse eu!
Inclusive ele tem brinquedos guardados na caixa porque tem medo que a mãe possa – no céu – ficar chateada com ele. Imaginem como não fica a cabeça de uma criança pensando assim.
Pois bem, eu não posso e nem devo me meter na vida e educação dos outros, muito menos de pessoas que eu não conheço, mas para ficar com a consciência tranqüila, ontem comprei um pacote pequeno de Sonho de Valsa e levei pra ele.
Lá estava o tal, com o primo brincando na rua. Eu disse que lembrei que ele gostava, mas que eu só daria se ele comesse todos e não guardasse, então ele respondeu:
- "Muito obrigado, moço... mas eu posso dividir com o meu primo”?
- Pode, claro! E quem comer primeiro, é campeão!
E deu certo! Mas bem que poderiam me oferecer pelo menos um...

11/09/2009

Nomes (im)próprios

Situações que deveriam ser simples tornam-se engraçadas e umas bem constrangedoras com relação ao nome das pessoas.

É uma agonia quando estamos numa situação onde temos vontade de rir, gargalhar e por conta do trabalho e em respeito, não podemos. E duvido quem não tenha passado por isso! E acontece sempre. Desde que comecei na função, percebi esse “detalhe” e comecei a relacionar os nomes um pouco “estranhos” que apareciam.

O primeiro caso que aconteceu com relação ao nome da pessoa - que eu já comentei para alguns conhecidos - foi uma intimação de audiência destinada à Deusdeste.

Cheguei na casa, bati palmas (quando não tem campainha, batemos palmas, coisa de vendedor ou cobrador) e um senhor alto, enorme, veio me atender e eu perguntei:

- “Por gentileza, a Sra. Deusdete?”

- E ele:

- “Sou eu”.

Putz, e agora? Juro que tentei, mas não me controlei. Imaginei uma senhora chegando e não um cara tão grande com um nome assim.

E sempre quando passar por uma situação assim, não tente consertar pois é pior! Conselho de amigo. Mas para amenizar a minha situação ele disse:

- “Sabia que ia rir, desde pequeno sofro com isso”.

E eu, querendo consertar o estrago respondi:

“Bom, mas pense positivo, pelo menos tem “Deus” no nome”.

Creio que tenha dado certo, porque ele riu também, assinou a contrafé e fui embora antes que a piada perdesse a graça...

Essa situação é muito comum para nomes que “achamos” que sabemos o gênero e isso acontece frequentemente.

Seguem alguns exemplos e ganha uma bala quem acertar os três:

Elenir. Mulher ou homem? Era homem.
Zuvalde. Mulher ou homem? Homem.
Alair. Mulher ou homem? Homem.

Viu? Pensa que é fácil? Como para tudo em nossa vida existe um ponto positivo, aprendi que nunca devo perguntar:

“- Por gentileza, a Sra. Deusdete está?”

Mas sempre:

“- Por gentileza, Deusdete está?” - agora sim! Sem chance de errar.

Porém, a questão de saber se é menino ou menina, nem sempre é o problema. Triste é ter que chamar por alguns nomes estranhos e ficar imaginando o porquê de se chamarem assim:

Éterson – feito sob o efeito do éter, só pode.

Diva Gina – eu perguntei pra Sra. Diva e ela me disse: Dona Gina, por favor. Ok, sem problema.

Naída – foi feita na ida ou na volta?
Pinto Bustos - é sobrenome, mas sem comentários.

Listério e Corine – intimação para os dois, testemunhas numa audiência. Tomara que não sejam casados e tenham filhos porque muitos possuem a mania de juntar o nome do pai com o da mãe e neste caso poderia sair um Listerine por aí.

Listerine, só anti-séptico bucal, por favor!

28/08/2009

Espera sentado!

Muita gente reclama que a rua não é calçada ou asfaltada. Ocorre que nas ruas que fazem divisa com a Praia do Sonho e Praia da Pinheira, verifiquei uma situação interessante.
As ruas são calçadas, mas o gasto com isso é feito pelo proprietário do terreno onde passa a rua.
A comunidade se reuniu e resolveram com a seguinte decisão: cada um fica responsável pela rua parte na rua, que corresponde o limite de sua casa, arcando com as despesas de material e mão-de-obra, sem esperar pela prefeitura.
E que não aceitar, tem a sua parte da rua "ignorada", sem calçamento, calçadas e com barro ou mato tomando conta.
Eu vi algumas vezes a rua calçada e somente um pedaço dela sem calçamento. Até aí tudo bem, se eu não tivesse encontrado uma enorme quantidade delas nesta situação estado. E comecei a perceber que a maioria das ruas tem um pedaço delas sem calçamento:






Imaginem se em todos os bairros, de todas as cidades do mundo, das pessoas fizessem assim: eu não quero asfaltar ou calçar a minha "parte" da rua... o mundo seria uma colcha de retalhos.
Agora, eu não sei se é menos pior fazer assim - onde cada um faz a sua parte - ou esperar pela prefeitura.
Aliás, se optar pela segunda opção, segue uma dica que encontrei numa estrada não asfaltada nem calçada aqui em Palhoça:

Espera sentado!

21/08/2009

"Não tem como" ou "não é uma boa idéia"?

Um dos problemas além de não encontrar a casa das pessoas, é chegar até nelas. Algumas vezes não tem como. Em outras, não é uma boa idéia.

Agora estou fazendo a região das praias - Praia do Sonho, Praia da Pinheira e Guarda do Embaú (sem rima, please!). Muitos me perguntam o porquê de eu não assumir a região das praias no verão, para que eu possa aproveitar o horário livre na praia, no sol e no mar.

É simples: se nesta época de inverno é difícil de encontrar as pessoas, imagine no verão onde muitos alugam suas casas para turistas e ficam em casa de parentes em outras regiões? Pensando positivo, não teria tanto trabalho, mas, em contrapartida, não acharia ninguém e a justiça ficaria mais lenta do que já é, atrasando ainda mais o andamento processual.


Independente da época, os obstáculos estão presentes. Sempre.


Na praia do Sonho, por exemplo, tem placas de que é proibido veículo na beira da praia, na areia, nas dunas, mas é inevitável porque a areia tomou conta da Avenida Beiramar e das duas, uma: ou deixo o carro antes e vou à pé, ou entro de carro pela areia. Pensa que é brincadeira? Não mesmo!


Não tem como:



Quando não é o problema da areia, é da água.


Qualquer chuva, por mínima que seja, atrapalha tudo. E para piorar, é sempre a rua em que eu preciso ir: "Lei de "Smurf", sempre acontece comigo!" (adoro essa expressão que ouvi de uma senhora no começo do meu trabalho!).


E esta eu registrei também, em duas praias diferentes, inclusive em ruas bem longe do mar e ÓBVIO, em ruas que eu precisava ir:



Não tem como:



Isso não é nada quando os obstáculos não são apenas da natureza, mas sim, obstáculos "animais". Como o tal do "Smurf" me persegue, na mesma rua, em casas diferentes tive uma nada agradável surpresa e - claro - não consegui encontrar as pessoas desejadas...

NÃO É UMA BOA IDÉIA!


Alguém se habilita? Tô fora!